segunda-feira, 30 de julho de 2012

Jaguarão - 13/07

Depois de uma noite bem descansada, tomamos café e pagamos hotel e estacionamento. Ficamos 4 dias em Montevideo, 4 diárias no Íbis, mas 5 de estacionamento. Eles cobraram pela manhã do dia 13, sacanagem!

Havíamos pesquisado a rota pelo google e ele nos mandou para Jaguarão, nosso próximo destino, pela Ruta 7. Por desencargo de consciência perguntamos na recepção do hotel e nos disseram que todo mundo sobe pela Ruta 8, não tivemos dúvidas, pois, pelo google a Ruta 7 parecia de terra. Malas no carro, bora de volta para o Brasil!

Subimos até a Av. 18 de julio e pegamos sentido 8 de outubro, percorremos ela inteira. Após, ela passa a se chamar Camino Maldonado. Preste atenção nas pequenas placas que indicam Ruta 8, mas se ficar na dúvida é só seguir sentido a cidade de Pando, Minas e depois Treinta y tres. Quase saindo de Treinta y tres pegue a Ruta 17, sentido aeroporto. Depois pegue a Ruta 18 e siga para Rio Branco, pela Ruta 26. Passamos pela aduana uruguaia na entrada de Rio Branco para carimbar nossos passaportes, na verdade não houve nenhum controle e nem vistoria do carro, nós é que entramos no local e pedimos para carimbar o passaporte, mas vimos que o pessoal cruza esta parte de boa. O cerco mesmo (em relação às compras feitas no freeshop) é na ponte entre Rio Branco (Uruguai) e Jaguarão (Brasil). A informação é de que há a fiscalização primária - no início da ponte, em Rio Branco - e a secundária - no final dela, em Jaguarão. Caso peguem excesso de mercadorias (quantidade ou valor) na primária é só pagar as taxas e podem passar; se passar batido na primária e a secundária pegar excesso pode levantar a mãozinha e dar um tchau bem grande às mercadorias, pois é apreensão de imediato, sem chance de conversa.

Voltando à rodovia uruguaia, ela é boa, como todas as que passamos pelo Uruguai. É interessante perceber que há manutenção constante, pois remendam até as pequenas rachaduras no asfalto, igualzinho em nossas rodovias. O cenário é lindo! Os campos estavam alaranjados e o reflexo do céu nos banhados transformava-os em espelhos azuis, um cenário que não cansávamos de observar. A rodovia é uma reta só, estava bem tranquila e logo "o carro" passou a correr mais, esquecemos da dica de sempre andar no limite. De repente avistamos os Camineros (polícia rodoviária), reduzimos, um deles nos pediu para pararmos... ferrou! Pediu os documentos e perguntou ao outro colega, que estava com um radar de mão mirando láááá na frente, se "aquele ali estava acima mesmo" (putz! é multa). Conversa vai, conversa vem e ele explicou que ganhava comissão por multa, que cada multa custava em torno de R$ 400,00. Sacamos qual era a dele e fizemos o nosso drama e contamos sobre o roubo em Águas Dulces e demos uma de "João sem braço" não entendendo a historinha da propina... hehehe! Deu certo! Eles não multaram e disseram que, apesar de a rodovia estar limitada em 95km/h (sim noventa e CINCO!), poderíamos seguir em 110km/h que não tinha problema.

Após quase 6 horas de viagem chegamos a Rio Branco. Os freeshops são melhores que no Chuí. Estávamos cansados e ainda não tínhamos decidido se iríamos dormir em Jaguarão ou em Pelotas. Passamos por alguns freeshops sem muito interesse e tempo ($$$). Compramos algumas besteirinhas baratas, mas pudemos perceber que valia a pena gastar muito ali, para quem tem dinheiro sobrando.

Atravessamos a ponte Internacional Barão de Mauá, que tem uma história bem legal. Contam que ela foi iniciada pelos portugueses que, não aguentando o frio da região, abandonaram a obra que posteriormente fora terminada pelo governo brasileiro (1930). Estávamos exaustos, sem saber onde ficaríamos, pois decidimos não reservar antecipadamente um local para pernoitar. Decidimos ir direto para Pelotas, mas no meio do caminho, ao nos depararmos com um aviso de pedágio lembramos que só tínhamos pesos e voltamos para Jaguarão. Precisaríamos de dinheiro, pois no furto levaram também o tag (aparelho do Sem Parar/Via Fácil) do carro. Não há Itaú em Jaguarão, mas há agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banrisul. Sacamos dinheiro na Caixa, que fica próxima à Praça Central da cidade. Ao lado da agência há uma padaria (Pane Mio, acho que é isso), precisávamos de um café e então entramos. Uma padaria muito boa, aconchegante, excelente atendimento e preço justo. De repente, naquele momento, nos demos conta de que estávamos em nosso país, por mais torto que ele fosse era o nosso país, com o nosso povo, falando a nossa língua...estávamos em casa, em segurança, e isso foi o suficiente para nos emocionarmos, depois do susto no Uruguai.

Ponte Barão de Mauá
As aduanas sobre a ponte
Estava tarde, perguntamos para as atendentes da padaria se havia algum lugar bom e barato para nos hospedarmos, mas que tivesse estacionamento privado. Na cidade há o Sinuelo, mas é muito caro. Nos indicaram a Pousada Artisan e decidimos verificar. A proprietária nos atendeu muito bem e nos levou até os apartamentos, que ficam na rua ao lado da Pousada. Ela pediu desculpas pelos restos de materiais de construção, pois a recepção onde estão os apartamentos está em construção. Quando passamos pela parte em construção ficamos impressionados, os apartamentos são novos e não perdem nada para outros hotéis em cidades maiores. Cama box, frigobar, tv lcd, ar condicionado quente e frio, aquecimento central, microondas no hall e toda a infraestrutura da melhor qualidade. Pagamos R$ 120,00 o quarto mais 10,00 o café da manhã completo cada (muito bem pagos).

Apartamentos da Pousada Artisan


A proprietária nos informou que Casas de Câmbio são proibidas em Jaguarão, mas o comércio aceita pesos. No dia seguinte acordamos cedo e fomos tomar café, na padaria. A pousada tem um convênio com a mesma padaria da noite anterior. Ela estava cheia e logo estranhamos, pois todo mundo estava comendo pão e uma xícara de café com leite. Meio desconfiados entregamos os tickets do café e log a atendente limpou uma mesa e pediu para aguardarmos ali. Trouxe um cardápio com bastante opções e disse que era só pedir o que estava ali que ela traria... Hã??? Como assim??? Podia pedir um salgado, um doce e uma bebida? Perguntamos. Ela respondeu que podíamos pedir tuuuudo que estava ali que ela prepararia e traria... foi uma festa só!!!

Entregamos as chaves do apartamento e pegamos a estrada novamente, rumo à Porto Alegre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário