segunda-feira, 30 de julho de 2012

Gramado/Canela - 16/07


Acordamos bem cedo e fomos tomar café. O Sr. Eurico nos deu um mapa e falou sobre os principais atrativos da região.
Como ainda não havíamos resolvido o problema do extravio do cartão de crédito/saque no Uruguai (ver post sobre Águas Dulces/Montevidéu), fomos à agência Itaú (Av. Borges de Medeiros). Uma simples solicitação no caixa e pronto: consegui meu cartão provisório. Que alívio... nesse momento agradeci a Deus por já estar no Brasil... como adoro meu país!!!

Como em Gramado paga-se até o ar que se respira, para deixar o carro estacionado em ruas centrais deve-se pagar a Zona Azul. Há parquímetros instalados estrategicamente mas que só aceitam moedas: R$ 0,95 por 40 minutos – detalhe, inserindo uma moeda de R$ 1,00, a máquina não te devolve R$ 0,05. O limite é de 4h estacionado no mesmo lugar. Há fiscais da Zona Azul que vendem o ticket aceitando dinheiro de papel... e que fiscalizam os carros que não estão com o ticket.

Centro de Gramado - às 10h30
Após o banco, passamos no mercado e iniciamos um passeio rumo à Canela... pretendíamos visitar o Parque da Ferradura, o Parque do Caracol e o Mundo à Vapor (muito embora haja inúmeros atrativos nesse caminho, como o museu do carro). O trajeto é pela RS-235, rumo a Canela (7km) e, após, pela Estrada do Caracol. Muito bem sinalizado.
Igreja no caminho para o Parque da Ferradura
Fomos até o Parque da Ferradura, com um trecho de estrada de solo natural mas em boas condições. Para entrar no Parque (que é uma área particular), paga-se R$ 8,00, apenas para acessar um mirante e ver alguns quatis soltos no caminho. O visual é bonito (um grande vale e um rio que contorna uma grande porção de mata em forma de ferradura). A infra-estrutura local deixa a desejar (pela mesma infra-estrutura, paga-se R$ 2,00 ou 3,00 em outras cidades, como Urubici-SC). Mas, uma decepção ainda maior estava por vir...


Quatis!!! Muitos! Eles sabem se virar, não os alimente!

Rio que dá nome ao parque

Saindo do Parque da Ferradura, fomos ao Parque do Caracol: uma área pública, muito grande, com uma cachoeira, áreas verdes e muito comércio. Pagamos R$ 12,00 a entrada, fomos ao mirante da cachoeira (um visual razoável) e, de lá, a um observatório. Esse atrativo é como se fosse uma torre alta com uma área envidraçada na superfície, para contemplar o verde do parque. Porém, ficamos surpresos e muito revoltados quando descobrimos que, para subir ao observatório, o valor é de mais R$ 9,00. Isso mesmo, você paga para entrar no parque e paga para ir a um atrativo do parque. Claro que não subimos e saímos de lá cuspindo fogo... enquanto você paga R$ 2,00, 3,00, até 5,00 para entrar em parques, museus, teatros e outros fora do Brasil, ou mesmo em alguns lugares daqui, em Gramado/Canela exploram o turista descaradamente, privatizando a natureza e comercializando tudo o que podem... a vista é bonita, mas R$ 21,00 para um parque como aquele é perder dinheiro e tempo!!! Para se ter uma ideia da vergonha que é a exploração, cobram até de crianças de "0" a 6 anos (sim, cobram de recém-nascidos). Detalhe: o preço aumenta mais ainda no final do ano - o Prefeito de Canela acha que o parque é hotel, cobra diferenciado em alta temporada.

Cachoeira do Caracol

Ainda muito bravos, no caminho de volta, ainda na Estrada do Caracol, há o Castelinho do Caracol, uma casa construída por alemães (Família Franzen) e que conserva intacto seu mobiliário e suas características. Além disso, nesse local, é vendido um dos melhores apfelstrudels do Brasil, acompanhado por um chá de maçã feito no fogão à lenha. Mas, houve mais uma decepção: para entrar na casa, paga-se R$ 8,00, pois o local agora é um museu. E não há como acessar a lanchonete sem entrar no museu. Resultado: pedimos o apfelstrudel na porta do museu e comemos no carro. Entrar na casa não sei se vale a pena, mas o strudel é realmente divino.



Saindo de lá, fotografamos a frente do “Mundo à Vapor”, onde há uma locomotiva à vapor embicada para o chão, retratando um acidente de trem ocorrido na Estação de Montparnasse, na França, em 1895. Não entramos, mas há um custo de R$ 15,00 por pessoa.



À noite, fomos saborear uma sequência de Fondue no Carlitos (Av. das Hortênsias)... R$ 44,00 por pessoa, mas, pagando em espécie, sai por R$ 34,00. Fondue de queijo, carnes e chocolate. Muito bem servido.

Retornamos ao hotel, tomamos banho novamente, pois estávamos fedendo a fritura e descansamos.

Gramado (Via Rota Romântica) - 15/07

Pela manhã, tomamos café no Ibis. Um café muito bom e completo, se comparado ao Ibis Montevideo. Carregamos o carro e saímos. Porto Alegre é muito bem sinalizada, há placas que indicam as saídas da cidade. Pegamos um caminho para a BR-116 (pegar sempre sentido Norte ou Serra) e claro, como não podia deixar de ser, erramos a saída (mesmo com boa sinalização) e caímos na pista sentido Jaguarão. Nas pontes saindo da cidade, fiquem atentos pois não há indicação de retorno, mas as saídas para as vilas periféricas (como a Ilha das Flores) conduzem a retornos sob as pontes da rodovia.

Retorno feito, estávamos na pista correta da BR-116. Há outros caminhos, mais curtos, que levam à Serra Gaúcha, mas optamos por fazer o trajeto pela chamada “Rota Romântica”, ou seja, seguir pela BR-116 até Nova Petrópolis, passar por dentro dessa cidade e acessar a RS-235 até Gramado. Abastecemos num posto Ipiranga em São Leopoldo. Aliás, aqui vai uma dica: a gasolina no sul é mais cara que no sudeste (cerca de R$ 2,80 o litro). Abastecer com etanol, nem pensar (mais de R$ 2,40 o litro). A rede Ipiranga domina o sul, há muitos postos e a gasolina é confiável e rende muito mais (mesmo a Tipo C – Comum).
Tanto a BR-116 quanto a RS-235 estão em boas condições, havendo maior movimento na RS-235, já que há muitos turistas, vans e ônibus que “rastejam” na estrada. Na maior parte do trajeto o limite é de 80km/h, com alguns radares (que lá chamam de “pardais”). O visual realmente é lindo, sobretudo em dias com céu aberto. Vale a pena andar um pouco mais e percorrer essa rota.

Famosa Rota Romântica




Para chegar a Gramado há um pedágio de R$ 7,50, que não aceita ViaFácil, somente Vale Pedágio e que é cobrado nos dois sentidos da via (depois descobrimos que, para sair de Canela, há um outro pedágio com o mesmo valor e que também não aceita ViaFácil).

O trânsito de Gramado é complicado: há várias rotatórias (rótulas) confusas, é bom prestar atenção às placas de preferencial que há em toda parte. Havia muito movimento de turistas na cidade. Aliás, Gramado esteve lotada todos os dias em que ficamos lá.
Ah! Um detalhe importante sobre dirigir no RS: na maioria das cidades, sobretudo na Serra, todos os carros param para pedestres que estão atravessando na faixa de segurança... e olha que não há semáforos na cidade.



Procuramos nosso hotel e fizemos o check-in: Hotel Letícia – extremamente simples, a R$ 158,00 a diária (acreditem, isso é preço promocional em Gramado). A reserva foi feita pelo www.gramadosite.com.br, um site de busca de hotéis em Gramado e Canela.

A primeira impressão do “Letícia” não foi das melhores: calefação não funcionante, aquecedor elétrico fraco e torneiras abertas por mais de quatro minutos para vir água quente. Resultado: muito frio e muita discussão até nos trocarem de quarto. Após esse incidente não tivemos problemas. No dia seguinte conheceríamos o Sr. Eurico e D. Marta, proprietários do hotel. Muito simpáticos e muito atenciosos, nos deram várias dicas de lugares a se conhecer naquela cidade.

À noite, depois de descansarmos, fomos passear pelo Centro, caminhando. A avenida Borges de Medeiros é a principal, onde há a Rua Coberta, a Igreja de São Pedro, o local onde é realizado o Festival de Cinema, entre outras atrações. Muuuuito frio, uns 5°C.

A gastronomia de Gramado é muito boa, mas muito cara também. Ainda assim achamos um restaurante com rodízio de pizzas, o Dom Place, a R$ 30,00 por pessoa - fica exatamente à direita do local onde é realizado o Festival de Cinema. Pizzas ótimas e muito bom atendimento.

Exaustos, fomos planejar o dia seguinte e dormir.

Porto Alegre (por Pelotas) - 14/07

Ao tomar café, arrumamos tudo e... pé na estrada. Seria uma viagem longa até Porto Alegre. Em Jaguarão termina a BR-116 (que nasce em Fortaleza-CE) e foi por ela que nossa aventura desse dia começou. Pista simples até Guaíba (cidade vizinha a Porto Alegre), bem conservada mas movimentada, muitos caminhões. Há pedágios que custam cerca de R$ 9,00, totalizando aproximadamente R$ 35,00 até a capital gaúcha. Todos têm ViaFácil.

Fizemos uma parada em Pelotas, em busca dos tão famosos doces pelotenses. Uma parada para abastecer e pedir informações (Gasolina – cerca de R$ 2,88 o litro, posto BR)... Pelotas é mal sinalizada quando o assunto é caminhos para o Centro, mas chegamos, depois de muitas voltas. Sábado pela manhã, centro da cidade bem movimentado e nada de doces pelotenses. Andamos muito até encontrar, num calçadão, um quiosque da cooperativa (que conseguiu a criação do selo e padronização do "Doce de Pelotas") e algumas outras bancas. Doces por cerca de R$ 2,00. Muuuuitas opções, para doçólatra nenhum botar defeito. A atendente garantiu que os doces mais secos (como bem-casados) duram mais de 15 dias embalados, mesmo em temperatura ambiente. Provamos alguns e compramos outros para a viagem.


Após essa passagem rápida por Pelotas, pé na estrada novamente. Cerca de 4h até a capital... Chegando à Grande Porto Alegre, município de Guaíba, há obras de duplicação da BR-116. Depois daí, a rodovia está em perfeito estado e com boa sinalização.
Chegar ao Moinhos de Vento é bem tranquilo, quando se tem GPS... segue-se placas que indicam a região norte da cidade. Logo encontramos o Ibis e fizemos o check-in.

Chegada a Porto Alegre
Nesse post devemos explicar o que nos levou a Porto Alegre: em novembro de 2011 estivemos lá e ficamos no Ibis Moinhos de Vento. Passeando pelos arredores, conhecemos um dos melhores barzinhos do mundo... sem exageros... o Dometila. Na época ficamos fascinados com a energia inebriante do local... boa música, ambiente pequeno e aconchegante, iluminação perfeita, atendimento fantástico oferecido pelo Claiton Franzen, o dono do bar e, agora, nosso amigo.
Tudo isso fez com que incluíssemos Porto Alegre em nossa rota... loucos para voltar ao Dometila.

Entardecer em PoA
Às 20h30 fomos ao tão esperado destino... claro, já tínhamos reservado um lugar pelo facebook do Claiton...
Fomos recebidos com uma chuva de pétalas de rosa, tradicional costume do anfitrião... e nos encantamos ainda mais com tudo... a boa comida, um espumante delicioso, músicas que remetem a uma paz e a uma paixão sem fim pela vida e pelo mundo... e claro, a alegria do Claiton em nos receber... que pessoa fantástica! Obrigado Claiton!!!

Quem for a Porto Alegre e gostar de ambientes charmosos, diferenciados, com boa música e clima romântico, não deve deixar de visitar o Dometila Café: Praça Dr. Maurício Cardoso, 49, Moínhos de Vento, um lugar que exala bom gosto. Toda qualidade tem seu preço e o Dometila não seria diferente. Não é barato, mas também não é um absurdo... é justo! E se houvesse uma ponte aérea Sorocaba-Porto Alegre, estaríamos lá todo mês. Vale muito a pena e para nós valeu muito ter incluído este lindo bar no roteiro, pois não poderíamos ter melhor acolhida do que nessa noite.

Mesas na calçada - este é o Dometila
Ambiente impecável



Área interna
Andando em nuvens, voltamos ao hotel para descansar e nos preparar para a Serra Gaúcha.

Jaguarão - 13/07

Depois de uma noite bem descansada, tomamos café e pagamos hotel e estacionamento. Ficamos 4 dias em Montevideo, 4 diárias no Íbis, mas 5 de estacionamento. Eles cobraram pela manhã do dia 13, sacanagem!

Havíamos pesquisado a rota pelo google e ele nos mandou para Jaguarão, nosso próximo destino, pela Ruta 7. Por desencargo de consciência perguntamos na recepção do hotel e nos disseram que todo mundo sobe pela Ruta 8, não tivemos dúvidas, pois, pelo google a Ruta 7 parecia de terra. Malas no carro, bora de volta para o Brasil!

Subimos até a Av. 18 de julio e pegamos sentido 8 de outubro, percorremos ela inteira. Após, ela passa a se chamar Camino Maldonado. Preste atenção nas pequenas placas que indicam Ruta 8, mas se ficar na dúvida é só seguir sentido a cidade de Pando, Minas e depois Treinta y tres. Quase saindo de Treinta y tres pegue a Ruta 17, sentido aeroporto. Depois pegue a Ruta 18 e siga para Rio Branco, pela Ruta 26. Passamos pela aduana uruguaia na entrada de Rio Branco para carimbar nossos passaportes, na verdade não houve nenhum controle e nem vistoria do carro, nós é que entramos no local e pedimos para carimbar o passaporte, mas vimos que o pessoal cruza esta parte de boa. O cerco mesmo (em relação às compras feitas no freeshop) é na ponte entre Rio Branco (Uruguai) e Jaguarão (Brasil). A informação é de que há a fiscalização primária - no início da ponte, em Rio Branco - e a secundária - no final dela, em Jaguarão. Caso peguem excesso de mercadorias (quantidade ou valor) na primária é só pagar as taxas e podem passar; se passar batido na primária e a secundária pegar excesso pode levantar a mãozinha e dar um tchau bem grande às mercadorias, pois é apreensão de imediato, sem chance de conversa.

Voltando à rodovia uruguaia, ela é boa, como todas as que passamos pelo Uruguai. É interessante perceber que há manutenção constante, pois remendam até as pequenas rachaduras no asfalto, igualzinho em nossas rodovias. O cenário é lindo! Os campos estavam alaranjados e o reflexo do céu nos banhados transformava-os em espelhos azuis, um cenário que não cansávamos de observar. A rodovia é uma reta só, estava bem tranquila e logo "o carro" passou a correr mais, esquecemos da dica de sempre andar no limite. De repente avistamos os Camineros (polícia rodoviária), reduzimos, um deles nos pediu para pararmos... ferrou! Pediu os documentos e perguntou ao outro colega, que estava com um radar de mão mirando láááá na frente, se "aquele ali estava acima mesmo" (putz! é multa). Conversa vai, conversa vem e ele explicou que ganhava comissão por multa, que cada multa custava em torno de R$ 400,00. Sacamos qual era a dele e fizemos o nosso drama e contamos sobre o roubo em Águas Dulces e demos uma de "João sem braço" não entendendo a historinha da propina... hehehe! Deu certo! Eles não multaram e disseram que, apesar de a rodovia estar limitada em 95km/h (sim noventa e CINCO!), poderíamos seguir em 110km/h que não tinha problema.

Após quase 6 horas de viagem chegamos a Rio Branco. Os freeshops são melhores que no Chuí. Estávamos cansados e ainda não tínhamos decidido se iríamos dormir em Jaguarão ou em Pelotas. Passamos por alguns freeshops sem muito interesse e tempo ($$$). Compramos algumas besteirinhas baratas, mas pudemos perceber que valia a pena gastar muito ali, para quem tem dinheiro sobrando.

Atravessamos a ponte Internacional Barão de Mauá, que tem uma história bem legal. Contam que ela foi iniciada pelos portugueses que, não aguentando o frio da região, abandonaram a obra que posteriormente fora terminada pelo governo brasileiro (1930). Estávamos exaustos, sem saber onde ficaríamos, pois decidimos não reservar antecipadamente um local para pernoitar. Decidimos ir direto para Pelotas, mas no meio do caminho, ao nos depararmos com um aviso de pedágio lembramos que só tínhamos pesos e voltamos para Jaguarão. Precisaríamos de dinheiro, pois no furto levaram também o tag (aparelho do Sem Parar/Via Fácil) do carro. Não há Itaú em Jaguarão, mas há agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banrisul. Sacamos dinheiro na Caixa, que fica próxima à Praça Central da cidade. Ao lado da agência há uma padaria (Pane Mio, acho que é isso), precisávamos de um café e então entramos. Uma padaria muito boa, aconchegante, excelente atendimento e preço justo. De repente, naquele momento, nos demos conta de que estávamos em nosso país, por mais torto que ele fosse era o nosso país, com o nosso povo, falando a nossa língua...estávamos em casa, em segurança, e isso foi o suficiente para nos emocionarmos, depois do susto no Uruguai.

Ponte Barão de Mauá
As aduanas sobre a ponte
Estava tarde, perguntamos para as atendentes da padaria se havia algum lugar bom e barato para nos hospedarmos, mas que tivesse estacionamento privado. Na cidade há o Sinuelo, mas é muito caro. Nos indicaram a Pousada Artisan e decidimos verificar. A proprietária nos atendeu muito bem e nos levou até os apartamentos, que ficam na rua ao lado da Pousada. Ela pediu desculpas pelos restos de materiais de construção, pois a recepção onde estão os apartamentos está em construção. Quando passamos pela parte em construção ficamos impressionados, os apartamentos são novos e não perdem nada para outros hotéis em cidades maiores. Cama box, frigobar, tv lcd, ar condicionado quente e frio, aquecimento central, microondas no hall e toda a infraestrutura da melhor qualidade. Pagamos R$ 120,00 o quarto mais 10,00 o café da manhã completo cada (muito bem pagos).

Apartamentos da Pousada Artisan


A proprietária nos informou que Casas de Câmbio são proibidas em Jaguarão, mas o comércio aceita pesos. No dia seguinte acordamos cedo e fomos tomar café, na padaria. A pousada tem um convênio com a mesma padaria da noite anterior. Ela estava cheia e logo estranhamos, pois todo mundo estava comendo pão e uma xícara de café com leite. Meio desconfiados entregamos os tickets do café e log a atendente limpou uma mesa e pediu para aguardarmos ali. Trouxe um cardápio com bastante opções e disse que era só pedir o que estava ali que ela traria... Hã??? Como assim??? Podia pedir um salgado, um doce e uma bebida? Perguntamos. Ela respondeu que podíamos pedir tuuuudo que estava ali que ela prepararia e traria... foi uma festa só!!!

Entregamos as chaves do apartamento e pegamos a estrada novamente, rumo à Porto Alegre.

Montevideo - 12/07


Mais um dia na capital do Uruguai. Resolvemos ficar pela cidade, já que o dia seguinte seria bem cansativo, pegaríamos cerca de 6h de estrada.

As roupas limpas já estavam acabando e precisávamos de uma lavanderia. Claaaaaro que não usaríamos a do hotel, é sempre cara. Encontramos uma, pelo google – achamos chato perguntar para o Ernesto (da recepção do Ibis), sarrista como ele é iria nos dizer que a do hotel era a mais próxima. Como ficava um pouco distante e a quantidade de roupas era grande fomos de carro, depois descobrimos que havia mais duas lavanderias atrás do hotel (subindo em direção à 18 de julio, na Rua Dr. J. Barrios Amorim, na 1ª e 2ª quadras). A lavanderia em que levamos fica na Rua Andes, próximo à esquina da av. 18 de julio.

Após deixar as roupas (3 pacotes grandes por 270 pesos – R$ 27,00) fomos ao Teatro Solis conforme combinado no dia anterior. Paga-se apenas 20 pesos pela visita guiada (40 se quiser o guia falando português). Uma visita bem diferenciada, não sabemos se era pela época das férias escolares, com uma pequena apresentação teatral durante a visita. Valeu muito ter voltado ao Solis. Não poderia deixar de tomar um cafezinho no Café do teatro, meio salgado (cerca de R$ 6,00).

Teatro Solis

Apresentação durante a visita

Resolvemos conhecer as Ramblas, fazendo um passeio bem tranquilo, de carro. As paisagens das praias, mesmo no frio, nos renderam boas fotos. De lá fomos para a Embaixada do Brasil, na Boulevard General Artigas, pois precisava de informações de como proceder quando se tem os documentos extraviados/furtados fora do Brasil. Foi impressionante a mecânica do atendente, que falava apenas espanhol. Ao nos ver entrando ele já foi logo anotando o horário do Consulado em um mapinha xerocado e nos entregou logo que disse que havia sido furtado, me mandando procurar o Consulado, mas que este fecharia em 20 minutos (o Consulado do Brasil no Uruguai fica na Ciudad Vieja, bem longe de onde estávamos). Optei desistir de resolver qualquer problema de documento ou cartão fora do Brasil.

Entretanto, aqui fica a informação, mesmo tendo horário para atender, as Embaixadas (que cuidam apenas de assuntos maiores, políticos e econômicos) e os Consulados do Brasil são obrigados a atender cidadãos brasileiros em qualquer horário do dia e da noite, em casos de comprovada emergência.


Rambla em Pocitos

Este caminho te leva mais para dentro do mar


Já que estávamos próximos fomos ao Parque J. Battle Ordóñez. Fora o Estádio Centenário não há nada de interessante para se ver ou fazer no parque, além de usar os banheiros, que são limpinhos e gratuitos.


Parque Battle Ordóñez

Passamos pegar as roupas na lavanderia e gostamos muito da qualidade da lavagem. Como não poderíamos ir embora sem comer uma das comidas mais típicas do Uruguai, o Chivito (um lanche bem recheado), à noite jantamos na Cocina de Pedro, um restaurante localizado a uma quadra do hotel Íbis, que fora indicado pelo Ernesto como um dos melhores Chivitos da região... ele não estava errado. O lanche é muito grande e gostoso, pagamos 230 pesos em cada, mas valeu a pena.

Chivito!!!


Após nos empanturrarmos de Chivito voltamos ao hotel para nos prepararmos para a viagem do dia seguinte.

sábado, 21 de julho de 2012

Montevideo - 11/07

Após vários dias de carro para lá e para cá resolvemos dar um descanso ao carro e testar o transporte público de Montevideo. Tomamos café e, após traçar os pontos que queríamos visitar, saímos atrás de informações sobre os ônibus que nos levariam para Ciudad Vieja. Procuramos o Centro de Informações Turísticas? Nããããoooo!!!! Fomos atrás de pontos de ônibus, perguntar para o povo que usa o transporte e conseguimos informações sobre qual ônibus nos levaria ao local com mais pontos turísticos de Montevideo.

O ônibus é o 407 – Plaza España (ponto final é na Praça Espanha, de onde pode pegar o ônibus de volta), custa 110 pesos (R$ 11,00). Para quem quiser caminhar um pouquinho dá sossegado para ir a pé, mas se ainda estiver pela Ciudad Vieja no final da tarde é recomendável que volte de ônibus, pois o local é considerado perigoso durante a noite.

Chegamos à Praça Espanha e subimos direto para a Praça Matriz – pegue um mapa da cidade, todo hotel tem. Visitamos a Igreja Matriz – sempre visitamos igrejas, compreender a fé de um povo nos ajuda a compreender sua cultura. O único incômodo aqui foi a presença de brasileiros-farofeiros, não se fala alto ou dá gargalhadas dentro de uma igreja como se estivesse em uma feira, é de envergonhar qualquer um.

A Praça Matriz é muito bonita, como a maioria das praças da cidade, parece que os países que foram colonizados por espanhóis tendem a ter belas e grandes praças e ruas largas. Seguimos pela Rua Sarandi, com seu charmoso “peatonal” (calçadão), até a Puerta de la Ciudadela. Aqui chega-se à Praça da Independência, onde está a sede do Governo Uruguaio. Fazia muito frio, mas resolvemos continuar e seguimos pela 18 de Julio para conhecer as outras praças, a Fabini (onde ficamos um tempo lagarteando no sol) e a dos Artesanos, aqui o maior atrativo é uma galeria ao lado esquerdo da praça. Caso queira artesanato de verdade (e não aqueles produtos padronizados que todas as banquinhas vendem) vá a este lugar, sem contar que nos escondemos do frio enquanto estivemos lá.


Igreja e Praça da Matriz

Interior da Igreja

Sede do Governo uruguaio

Praça da Independência

Praça Fabini

Atravessando a 18 de Julio dei de cara com os Tribunais, bem diferentes, bonitos, mas menos imponentes que o de outros países. De lá passeamos até o Mercado de la Abundância, que na verdade parece ser a réplica da galeria de artesãos no piso inferior e uma praça de alimentação no piso superior, com algumas bancas no estilo mercado Municipal.

Passei em uma agência Itaú para pedir meu cartão provisório, pois a atendente do SAC havia me dito que era só solicitar em qualquer agência do Itaú, mesmo fora do Brasil. Na verdade não foi bem assim. O gerente quis me vender um Travel Card (cartão pré-pago onde debitam o dinheiro da sua conta, convertem em dólares e creditam neste cartão), com um pequeno custo de 3% por operação. Tentei desenhar para ele que não precisava daquilo, pois o Itaú me oferece o cartão provisório, mas nada feito, saí de lá sem resolver e o deixei falando sozinho.

Saímos em busca do Mercado Central e nos deparamos com um lugar decadente, parecia estar fechado. Perguntamos a uma senhora que nos respondeu “El desapareció” e foi então que descobrimos que procurávamos o Mercado del Puerto e fomos direto para lá. Como o decadente Mercado Central ficava atrás do Teatro Solis resolvemos passar por lá para perguntar o valor da visitação, pois em Buenos Aires cobra-se cerca de R$ 40,00 para visitar o Colón, mas nos disseram que visitas apenas no dia seguinte, pois aquele dia o teatro estava aberto apenas apresentações para crianças (iniciativa muito legal!).

Teatro Solis

Mercado del Puerto



Resolvemos que voltaríamos ao Solis no dia seguinte e fomos ao Mercado del Puerto. Já estávamos congelando quando achamos o Mercado. Entramos direto e fomos em busca de banheiros (que é de graça). Provamos uma bebida dita exclusiva do porto, mas que encontra em qualquer supermercado (????), a médio y médio, uma mistura de vinho branco com espumante, muito boa!!! Comemos a parrilla (cerca de 300 pesos por pessoa com acompanhamento) – lembrem-se de pedir bem “cocido”, mas muito bem “cocido”, caso não gostem de carne mal assada, pois a carne assada deles (argentinos e uruguaios) é quase crua, a bem cozida é a nossa mal passada.

Após nos aventurarmos nas carnes, pegamos o ônibus, na Praça Espanha mesmo – linha 407 – e retornamos ao hotel. Antes, passamos pelo supermercado ao lado do Íbis e fomos em busca de vinhos. Os preços não são tão baratos quanto na Argentina, mas ainda bem mais baratos que no Brasil.

Empanturrados pela parrilla resolvemos ir para o hotel e não sair mais.

Montevideu - 10/07


Mais um dia em Montevideo, na verdade nossa estadia aqui será até o dia 13. 

Vista da janela do quarto
Havia em esquecido de comentar no outro post, o estacionamento do Íbis é pago a parte (U$ 5,00 a diária), como em todos os Ibis, com um diferencial para este aqui, caso não queira pagar o estacionamento pode deixar o carro nas vagas em frente à recepção do hotel. Não queríamos mais correr qualquer risco, mantivemos no estacionamento. Outro diferencial é o recepcionista da noite, o Ernesto. Sarrista, fala e entende bem o português, inclusive as gírias e expressões. Caso precise de dica para qualquer coisa peça a ele, está sempre disposto a ajudar.

Levantamos cedo para planejarmos o que fazer. Precisava ir ao banco, pois no dia anterior já havia cancelado meus cartões e fui orientado pela atendente que poderia me dirigir até uma agência Itau e solicitar um cartão provisório para movimentar minha conta.

Descemos tomar café. Posso dizer, com toda segurança que o café do Ibis no Brasil tem bem mais variedades que o Ibis Montevideu, mas lá tinham as medias lunas (parecem croissants - é o filãozinho argentino), não tão saborosas quanto as dos porteños, mas são as medias lunas. Faltam variedades de doces (bolos).

Como já passava das 10h fui à agência do Itau para tentar resolver o meu problema e descobri que no Uruguai as agências abrem às 13h. Não íamos perder o dia por causa disso e resolvemos ir para Colonia de Sacramento. Para ir para Colonia basta pegar uma das Ramblas (as avenidas que circundam toda a Montevideo pela costa são chamadas de Rambla) sentido Porto - para quem está hospedado na região do Íbis e seguir as placas que indicam a Ruta 1. Uma vez na Ruta 1 é só seguir sempre reto sentido Colonia (lembrando que no caminho há a Colonia Valdez que confunde um pouco).No caminho há dois pedágios, como sempre de 50 pesos. 

Ah! Tínhamos lido que o combustível é barato no Uruguai, não é mais. Primeiro é preciso explicar que Gas Oil NÃO É GASOLINA! Isso é Diesel. Lá a gasolina chama-se Nafta, mas eles também não usam este termo. Super 95 é a gasolina comum e a Premium 97 é a aditivada. Custam cerca de 37 pesos/litro (R$ 3,70). Eles sempre informam o preço da aditivada, mas acreditamos que a Super, que é mais barata rendeu mais. Lembrando que o carro é um Punto 16v 1.6.

Seguíamos tranquilos pela rodovia, calma, poucos veículos, caminhões indo para o acostamento, dando passagem, quando você se aproxima com o carro (igualzinho ao Brasil), motos andam rente ao acostamento, quando não por ele. À nossa frente uma moto segue calmamente pelo acostamento, mais ao acostamento, mais ainda, segue pela grama, o motoqueiro perde o controle, sacoleja na moto como peão em rodeio e vai para o chão. Paramos para socorrer, era uma senhora. Sua sorte foi que a grama densa amorteceu a queda, apenas uma luxação e um pouco de tontura. Logo outros uruguaios param para ajudar (um povo muitíssimo solícito), explicamos, mas queriam saber dela como foi que ela se acidentou, há uma explicação para isso. Em qualquer acidente no trânsito os veículos são guinchados e vai todo mundo para a delegacia. Ela estava bem, mas, por precaução a acompanhamos até seu destino e só então seguimos para Colonia.

Estava um frio de doer em Colonia de Sacramento. Fomos direto para o Centro Histórico, que é o atrativo da cidade que outrora pertencera aos portugueses. O lugar é lindo! Você viaja ao passado caminhando pelas ruas. Entramos na lojinha dentro da igreja e nos depararmos com uma senhorinha tricotando e ouvindo rádio, rimos muito, pois estava tocando Bon Jovi dentro da igreja. Começou a chover, resolvemos comer algo e acertamos em cheio! Há um restaurante e lanchonete em frente à Igreja Matriz, no centro histórico mesmo. O local se chama Drugstore, simplesmente tudo! Tudo, pois é retrô, contemporâneo, alternativo e tudo o mais que se possa imaginar. O preparo da comida é feito no salão do restaurante, um espetáculo a parte. Os preços são justos. Um lanche ENORME custou 130 pesos (R$ 13,00), um chocolate quente de quase 500ml, cerca de 90 pesos e há uma torta fantástica.



Colonia
Um dos charmes de Colonia, os carros eternamente estacionados nas ruas do Centro Histórico
   

Tem até mesa de jantar

Drugstore - tudo junto e misturado
O colorido do lugar é perfeito!
Satisfeitíssimos, andamos pelo centro histórico, já sem a chuva. Subimos o farol (20 pesos) - descer aquela escada atordoa. Uma vista panorâmica sensacional da cidade. O nosso objetivo era ficar em Colonia até anoitecer, pois as arandelas das ruas são de vidro verde ou amarelo dando um toque único ao lugar e foi o que vimos. Um ar todo boêmio que envolve qualquer um.

Vista do alto do Farol

A noite de Colonia

Retornamos para Montevideo, passamos no supermercado - há um ao lado do Ibis, uma rede muito boa, a Disco - onde compramos algumas besteiras para comer, água e para minha superhipermega alegria encontrei o meu tão perseguido Café Gold da Nescafé - não há no Brasil - o único solúvel que chega a ser melhor que café passado na hora. Voltamos para o hotel, comemos e fomos dormir, pois o dia seguinte seria de caminhada pela cidade, o carro iria descansar um pouco.